domingo, 3 de abril de 2011

É verdade (por mais que eu não queira...)


Antes de começar a contar qualquer gafe que eu tenha cometido, caros amigos, estejam cientes de uma coisa: a vida de jornalista é conturbada, ou como dizia meu chefe, te tira do ponto!
Na verdade em qualquer profissão a gente não tem o menor orgulho dos erros, muito menos das gafes. Mas a gente acaba dividindo essa experiência, talvez na esperança de tornar tais lembranças menos dolorosas.
Pensem num humor negro. Pois a história que tenho para contar é verídica. Com testemunhas e tudo. É daquelas que até hoje quando eu conto fico vermelha, e olha que de alemoa eu não tenho nada.
Trabalhei num jornal em que tive a oportunidade  de sentar ao lado do meu chefe. Uma mistura de dono, com editor.
Pois para (in) felicidade o episódio se deu na sua frente. Foi para arrebatar com qualquer conceito já adquirido.
A pauta era simples. Simples de mais, que eu tinha que complicar. Um músico conhecido da região estava passando por dificuldades financeiras e a comunidade se solidarizou e fez uma campanha para arrecadar dinheiro.
Minha função era de divulgar a campanha. Mas, claro que eu tinha que enfeitar, pois no meu auge como jornalista era da opinião que um depoimento do dito ia sensibilizar ainda mais as pessoas e render frutos para a tal campanha.
Liguei. A história era trágica. Ele teve um problema de diabetes, acabou numa cadeira de roda e logo perdeu uma perna. Como não bastasse, sofreu um acidente, perdeu os equipamentos e o pior, a outra perna.
Já estava compadecida, faltava fazer a matéria. Mas, quando eu podia encerrar a ligação com qualquer coisa que demonstrasse minha piedade, mas  com um tom de incentivo, consegui falar o seguinte. “Então tá, boa sorte nesta tua nova caminhada”.
Pasmem, ou riam, mas eu realmente falei isso para um homem sem as duas pernas.
E o pior, na frente do meu chefe.
Até hoje penso ma importância que tem um simples “tchau, obrigado”, na vida de um jornalista.

2 comentários:

  1. Tela, vc usou o termo no sentido figurado... mas também acho que não foi conveniente. Mais sorte na próxima vez. Abraço.

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  2. É verdade, por mais que eu não queira. Eu sentava em frente e realmente foi bem assim. E se me lembro bem foi engraçado pra gente. Tenho certeza, lembrando o personagem principal (o músico), que ele não ficou nem um pouco chateado não.

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Como diz o Roberto: fala aí!!!
Que eu vou ler...